Corrupção
Ilustração de Marc Hanniet
Mergulhei sem censura no teu corpo,
Na ingenuidade de ser apenas um momento.
Mas perdi a noção e a nitidez,
Olhei para o interior dos teus olhos,
Sem imaginar sentir tamanha avidez!
E no teu abraço me perdi...
E no teu beijo morri...
E na tua alma escondi a minha...
E no teu corpo quente me corrompi!
Entreguei-te o meu desejo,
E perdi a noção e a consciência.
Do precipício atirei-me sem medo,
E caí... Levantei-me e atrás de ti corri.
E caí... E cairei enquanto me permitires,
As vezes necessárias até que me peças
E me despeças do meu papel indefinido.
Dos teus sentimentos indefinidos.
Dos teus intensos beijos sentidos.
Dos teus abraços fortes proibidos.
Perdi-me em ti com a inocência da primeira vez,
Entreguei-me sem amarras, discernimento ou lucidez.
Perdi-me de mim, dos meus princípios, da moral,
Despi-me dos preconceitos, dos julgamentos. Escolhi o irracional.
Vesti-me de emoções, de alegria, de satisfação.
E o momento que seria só um momento, um momento só não foi,
E eu que te daria apenas o meu corpo,
Dei-te o meu coração que por tanto te querer, dói!
ano: 2019