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Café Poesia

Um pouco de poesia com cheirinho a café

Repost: Na fila para o purgatório

 

Imagem retirada daqui

 

 

Hitler no céu queria tentar entrar.
Mas Deus não quis que ele entrasse!
Que apesar de ser bom a perdoar,
Não havia feito de bem que se registasse.

 

Então Hitler para o inferno espreitou,
Que esse já lho tinham garantido,
Mas Diabo com maus modos o desconsiderou!
"Aqui não entra tamanho pervertido!"

 

E a fila não andou. Por contrário... Aumentou!
E Hitler bufou, e todo o purgatório parou.

 

E o homem de bigodes esperou,
Impaciente, o Diabo, os olhos revirou,
E então Hitler percebeu que ainda demoraria,
A tal busca pela última moradia!

 

E eu que só queria subir,
Para nalgum canto quente ou frio me encostar. Para dormir.
Bufei desesperada, que não chegava a minha vez,
Blasfemei o purgatório com altivez!

 

"Diabo deixa entrar para o inferno este homem,
Que te serviu, e que à tua semelhança se fez!"
Mas o Diabo bateu-me com a porta ofendido,
Que "nunca fora tamanha, [a sua] malvadez!"

 

E a fila não andou. Por contrário... Aumentou!
E Hitler bufou, e todo o purgatório parou.

 

E eu reclamei, certamente desesperada,
Que já só queria uma, quente ou fria, fofa almofada.
"Por favor querido Diabo deixa entrar este bigodes,
Que te garanto que te vai matar as fomes!"

 

E curioso o Diabo pela porta do inferno espreitou, 
Com o seu risinho malvado de mim se aproximou.
"Que dizeis?" perguntou pensativo
E eis que lhe dou uma dica sussurrada ao ouvido. 

 

Os olhos do Diabo brilharam,
E o sorriso malvado no seu rosto reapareceu,
De espeto de porco na mão, bem fumegante,
Com Hitler assado, o inferno abasteceu!

 

E a fila finalmente andou. Rapidamente... Se esfumou!
E Hitler já não mais bufou, e todo o inferno o degustou.

 

 

Poesia escrita ao abrigo do Desafio dos Pássaros.

ano: 2019

Repost: Viver marca, encontrar-se dói

Screenshot_1.png

 

Olhou para dentro de si e percebeu que tudo mudou,
Percebeu que a menina de outrora,
Doce, submissa e acolhedora,
Olhou para dentro de si e a si renunciou!

 

Marcou-a sentir que a alma de si fugia,
Que de si escapou e a si já não voltou.
Porque apesar de ser já gritante a sintomatologia,
Foi preciso cair ao chão. A menina se arranhou.

 

Deixou de querer brincar, a menina,
Renunciou às casinhas e aos brinquedos,
Renunciou à estabilidade e aos segredos,
"Deixou de ser séria, a menina!"

 

Então arrumou a sua casa e o seu coração,
Bateu a porta com dor mas sem exasperação,
Saiu sem caminho convenientemente delineado,
Buscou, a menina, com esperança o seu verdadeiro fado.

Tudo deixou para trás em busca do desconhecido,
Como se a vida por si só não fosse aventura suficiente,
E durante esse caminho enegrecido,
Foi colando as peças de si, resiliente.

 

E assim a menina que se perdeu,
E que certamente errou mais do que acertou,
Se foi encontrando por entre caminhos encalhados,
E abriu finalmente os olhos, outrora vendados.

 

E continuou a chorar e continuou a sorrir,
Que vida que se preze também tem muros a ruir.
E agora com a alma aconchegada, finalmente entendeu...
Essa menina que se olha no espelho e se perdeu... Afinal, era eu!

 

 

Poesia escrita ao abrigo do Desafio dos Pássaros.

ano: 2019

Repost: A mulher nos Lusíadas e na Mensagem

 

Pelo amor à mensagem de Pessoa,
Criou com amor e dedicação,
O nosso rei lutador,
Que conquistou a nossa nação!

 

Porém vingativa e cruel,
Contra seu filho se debateu,
Na escritura d’Os Lusíadas,
De seu filho se esqueceu!

 

D. Filipa abençoada,
Grandes filhos criou.
Na Mensagem de Pessoa,
O povo a idolatrou!

 

Porém Inês de Castro, coitada,
Que D. Pedro tanto amou,
Traída pelo destino,
D. Afonso a degolou.

 

Lembremos também aquelas mulheres devotas,
Que em Camões se impugnaram,
Que em Pessoa desesperaram,
E que seus filhos viram partir!

 

Mães, esposas, irmãs, noivas,
Não nos esqueçamos de todas aquelas que participaram,
Nas maiores obras que contaram,
Os grandes feitos do povo português!

 

ano: 2008

Repost: Tentar

Imagem retirada daqui

 

 

Eu já tentei, tento e continuarei a tentar...

Mas creio não dispor de mais forças para lutar!

E já sofri, sofro e continuarei a sofrer,

Até ao dia que me permitir deixar de te socorrer!

 

Eu já não sou eu...

Eu já não sou ninguém, efectivamente!

E continuas com força a cravar,

O punhal no meu coração dormente!

 

Dormente porque já não sente,

Dormente como meus olhos que  há muito já não vêem

O lascar de um sentimento que não existe,

De uma vida que deixará, também de existir!

 

Sim eu tentei, tento e continuarei a tentar...

Mas preciso que continuemos a tentar juntos.

Tenta tu também, por favor,

Para que o nosso amor não se junte, aos já defuntos!

 

ano: 2016

Repost: Mentira

imagem retirada daqui

 

 

Sorrir. Chorar.
Amar. Odiar.
Beijar. Sofrer.
Compreender. Não compreender.
Acreditar. Estupidez de acreditar.
Sofrer! Sofrer muito!

 

Tudo é efémero e constante. Inconstante!
Tudo é incertamente certo!
Verdade. Mentira.

 

A verdade da mentira é que ela é doce, sempre amargamente doce. Amada, desejada, esperada! Mas sempre amargamente doce. Vale mais a mentira que a verdade, toda a gente a adora, toda a gente a venera e espera. Espera sempre! Espera… até ao dia que a longa espera passe e a verdade a alcance!

 

Verdade… Sofrida a verdade! Largas horas de sofrimento, tão certo e incerto a cada pensamento!

 

Que sei eu da verdade? Que sabes tu?
Verdade é apenas o indesejado! Tudo o que é indesejado é verdadeiro! Tudo o que é terrificamente mau é verdadeiro! Tudo o que faz sofrer é verdadeiro! Tudo o que faz doer é verdadeiro! E eu? O que sou eu? No que penso eu? Que digo eu?

 

Mentira…

 

ano: 2010

Repost: Poema Anti-Fit

(Um poema para todos aqueles que vivem no limbo - entre a dieta a preguiça de a fazer)

 

Imagem retirada daqui

 

 

Acordo todos as manhãs com a sensação que deveria ir correr,

Mas logo o sofá chama e a televisão se acende.

Fico com a sensação que tenho peso a perder,

Mas a preguiça que há em mim, logo me prende.

 

Todos os dias me deito com a vontade de diferente fazer,

E como o último bolo que no frigorífico esperou,

Mas lá fora o intenso calor, da promessa me faz esquecer,

E lá fico eu no local que sempre me encantou.

 

E assim seguem os meus dias cheios de promessas,

Promessas de um tipo de vida diferente,

Comer coisas esquisitas sem quaisquer pressas,

E ir ao ginásio assiduamente.

 

Mas esta Mula não foi feita para aguentar,

Dias sem conta de total privação,

Então há dias que lá me consigo adietar,

E outros que é uma total descontração.

 

Ano: 2015

 

Reposts atrás de reposts!

Nos próximos dias atualizarei este caderno de versos com vários poemas que constam no Desabafos da Mula, para organizar aqui a coisa. Por isso peço-vos alguma paciência, e quem sabe até poderão reler algum que vos tenha tocado de forma diferente, ou chamado mais a vossa atenção. Nada do que lerão aqui nos próximos dias será novo, mas continua a ser de coração!

 

Obrigada!

Pág. 2/2

Café Poesia 500px.png

Ilustração de Sophie Griotto

Segue a Mula aqui

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