Repost: Luz e Sombra
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Rio feliz, com candura, e serenamente,
Limpo as lágrimas e escondo o lenço,
Escondendo no lenço a amargura,
Que na alma se crava, de modo denso.
Porque de dia sou luz, sou alegria e multidão,
Mas à noite sou sombra, sou tristeza e solidão!
Porque de dia sou barulho, sou gente com esplendor.
Mas à noite sou silêncio, sou vazio... Apenas dor!
Choro triste, sem pudor, mas ternamente,
Escondo o sorriso envergonhado que à luz espreita,
Escondendo no coração a alegria,
Que na alma brota, de modo puro, tão perfeita.
Aceito-me. Não tenho de viver em contra-luz,
Nem contra a luz, nem contra as sombras.
Aceito os meus sorrisos e os meus olhos raiados.
Aceito os dias felizes e os amargurados.
E o que seriam dos dias sem as noites?
Ou então das sombras sem as luzes?
Bem ou mal eu quero sentir,
Nem que em mil pedaços me tenha de partir!
Poesia escrita ao abrigo do Desafio dos Pássaros.
ano: 2020