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Café Poesia

Um pouco de poesia com cheirinho a café

Repost: Era uma vez...

 

Era uma vez um menino,

De olhar meigo, sorriso de criança,

Que fez apaixonar uma menina,

E dar-lhe à vida uma nova esperança.

 

Foram felizes um dia!

Ouviam-se as gargalhadas à beira mar.

E entre promessas e beijos,

Ali perceberam o que era amar.

 

Mas a maré um dia mudou, 

E pela tempestade a menina foi apanhada.

Rebolou no mar, os joelhos esmurrou,

Pra bem longe da costa, a menina foi levada!

 

E era uma vez uma menina, 

Que assustada pela vida, da felicidade fugiu.

Que de alma ferida, o seu coração não ouviu!

Perdeu o tino, a menina!

 

E aí a menina se apercebeu

Que por tudo o que é e fez, o menino perdeu,

Deixando apenas a lembrança,

Dos dias felizes, da cómoda segurança...

 

Quando a tempestade acalmou,

A menina, o menino tentou encontrar,

Mas de vestígios de quem amou,

Apenas vazio, no seu lugar!

 

Mas a menina, não desistiu. Procurou,

Por entre mato, destroços e dor,

Aquela chama de quem verdadeiramente amou,

Que não se apaga assim, quando é amor!

 

Dizem que aos lugares felizes não devemos voltar,

Que apenas encontramos vazio e indiferença,

Mas enquanto uma ténue e fraca chama brilhar,

Vale a pena, manter a fiel crença!

 

E assim a menina reencontrou a esperança,

E o coração do menino tentou reanimar,

E para sabermos como termina a história,

Em nós, os meninos de outrora teremos de encontrar!

 

Repost: Foi tão bom, não foi?

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Percorreste toda a minha boca,

Causaste-me arrepios!

Fizeste até parar o tempo.

Puseste-me em rodopios!

 

E agora que acabou, 

Ainda sinto o teu cheiro,

O teu leve travo a laranja,

O teu toque suave e macio.

 

Percorreste todo o meu corpo,

Fizeste-me tremer e desejar-te ainda mais,

Mas o controlo logo impede,

Gosto de manter firmes os meus ideais.

 

Sonho-te e desejo-te todo o dia.

Sorriso rasgado, só de te imaginar,

A percorrer novamente com a minha língua,

Pões-me facilmente a salivar.

 

Foi tão bom, não foi?

Apalpo-te e sinto-te a terminar.

Fico em êxtase com o teu último bocado,

Sei bem que me tenho de afastar!

 

E de repente a tablete acaba,

Como o teu último quadradinho,

E a delícia dá lugar ao desespero,

Tenho de comprar outra, pelo caminho!

 

Poesia escrita ao abrigo do Desafio dos Pássaros.

ano: 2020

Repost: O google está errado

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imagem retirada daqui

 

 

Após D. Albertina ter ido para Tomar,

Em busca fervorosa pelo seu antigo amor,

Finalmente percebeu o errado que é googlar

No Google as doenças, como um rumor!

 

Porque já se sabe, o Google não sabe tudo,

Apesar do que possam por aí defender.

E alertou D. Albertina como um som agudo...

D. Albertina achou que ia morrer!

 

"E vai D. Albertina, e vai", disse-lhe o Doutor,

Porque já se sabe que é a única verdade certa,

Mas D. Albertina olhou-o como a um impostor,

Logo agora que tinha o coração em descoberta.

 

Mas D. Albertina reconheceu-lhe o mérito,

Da paciência, da capcidade de a aturar,

E pediu-lhe apenas mais um remédio,

Para mais uns anos durar.

 

Porque agora D. Albertina apaixonada,

Queria para sempre viver,

E prometia não mais ao Google procurar.

Não mais a morte queria antever!

 

D. Albertina reencontrou o amor, 

Não em Tomar, mas no Barreiro,

Que o google também se enganou na localização,

Do seu amor único. O derradeiro.

 

Mas o google estava realmente errado,

D. Albertina não padecia de nenhuma doença,

E foi viver com o seu amor recém encontrado,

Lá para os lados de Fervença!

 

E nós muitos anos de vida lhe desejamos,

D. Albertina seja muito feliz,

Que não há idade para encontrarmos,

O amor que nos condiz!

 

 

 

Poesia escrita ao abrigo do Desafio dos Pássaros.

ano: 2020

Repost: Dr. Google: Porque isto de médicos nunca fiando

imagem retirada daqui

 

 

D. Albertina queixando-se de dor num pé, 

Foi ao doutor, lá pros lados da Nazaré,

Que lhe receitou um remédio, 

Essencialmente pra lhe curar o tédio. 

Já que de dor no pé, D. Albertina não padecia. 

 

Então D. Albertina, desta vez, com rubor no braço, 

Foi para os lados de Sobral de Monte Agraço, 

Colher uma flores receitadas por uma vizinha,

Entre promessas de lhe acalmar a tinha,

Que na realidade não tinha.

 

Mas a dor do pé não passou e o rubor piorou,

E D. Albertina, cada vez pior, desesperou.

Foi então que decidiu Googlar,

Que já se sabe, isto de médicos, nunca fiando.

E  listou as doenças que a estavam a assolar.

 

Então D. Albertina ao Doutor voltou,

Reclamar que nada lhe faziam

Os medicamentos que este lhe receitou!

Tendo a lista de tudo o que podia tomar,

E todas as doenças que o Dr. Google lhe diagnosticou.

 

E o Doutor a ignorou,

E D. Albertina desesperada chorou,

Porque ninguém lhe acalmava,

Todas as as dores que lhe cabiam na alma,

E que medicamento algum conseguia curar.

 

Então D. Albertina com uma dor sem par

Foi lá para os lados de Tomar,

Procurar o seu antigo amor,

Verdadeiro causador de toda a sua dor,

E nunca mais foi preciso googlar!

 

Poesia escrita ao abrigo do Desafio dos Pássaros.

ano: 2020

Repost: Luz e Sombra

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Imagem retirada daqui

 

Rio feliz, com candura, e serenamente,
Limpo as lágrimas e escondo o lenço,
Escondendo no lenço a amargura,
Que na alma se crava, de modo denso.


Porque de dia sou luz, sou alegria e multidão,
Mas à noite sou sombra, sou tristeza e solidão!
Porque de dia sou barulho, sou gente com esplendor.
Mas à noite sou silêncio, sou vazio... Apenas dor!

 

Choro triste, sem pudor, mas ternamente,
Escondo o sorriso envergonhado que à luz espreita,
Escondendo no coração a alegria,
Que na alma brota, de modo puro, tão perfeita.


Aceito-me. Não tenho de viver em contra-luz,
Nem contra a luz, nem contra as sombras.
Aceito os meus sorrisos e os meus olhos raiados.
Aceito os dias felizes e os amargurados.


E o que seriam dos dias sem as noites?
Ou então das sombras sem as luzes?
Bem ou mal eu quero sentir,
Nem que em mil pedaços me tenha de partir!

 

 

Poesia escrita ao abrigo do Desafio dos Pássaros.

ano: 2020

Repost: Rudolfo procura Pai Natal...

imagem retirada daqui

 

 

O Pai Natal achando que era altura,
Decide pedir reforma antecipada,
Pegar nas poupanças de uma vida,
Gozar do mundo, da vida airada.

 

Quem não gostou foi o Rudolfo,
Que sabia que para ele ia sobrar,
E a uns meses do Natal,
Um pai natal tinha de encontrar.

 

Começaram assim as entrevistas,
E Rudolfo suspirava de nervoso,
"Cada um pior que o outro!"
Pensava ele, naquele dia chuvoso.

 

E as entrevistas prosseguiram,
E ninguém apareceu para companheiro.
"Porra que homens bons se extinguiram"
Pensava ele, naquele dia soalheiro.

 

E os dias foram passando,
Ora chuva ora sol,
E nenhum pai natal que se prezasse,
Aparecia naquele rol.

 

E assim Rudolfo decidiu,
Pedir um desejo aos duendes,
Que o Natal se mudasse para Portugal,
"Que assim... Vós sabendes...!"

 

E da Lapónia para Portugal,
A Casa do Pai Natal se mudou,
E como não há boas reformas em Portugal,
O Pai Natal se lixou...

 

E ao trenó voltou...

 

...E já não se reformou!

 

E o Pai Natal trabalhou,
Anos a fio, lá se resignou.
Vendo cada ano ser adiado,
O dia da sua reforma, tão esperado.

 

Quem ficou feliz foi o Rudolfo,
Apesar de toda a vida ter de trabalhar.
Ajudava o seu melhor amigo no inverno,
Mas no verão estendia-se à beira-mar!

 

 

Poesia escrita ao abrigo do Desafio dos Pássaros.

ano: 2019

Repost: Aqueles pássaros não se calam

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Tudo começou com um casamento...

De uma Mula que já se descasou.

E foi assim que diferentes gentes,

Num só chat se juntou!

 

E desde aí que não se calam,

Piu, piu, piu, é todo o dia assim.

E centenas de mensagens trocam,

Mesmo em dias assim-a-assim.

 

Nunca estão sozinhos, os pássaros,

Nem na alegria, nem na tristeza,

Porque existe sempre alguém no grupo,

Com palavras de delicadeza.

 

Também temos humores diversos,

Com estes pássaros é uma animação,

Apesar da Mula não ler metade,

Porque quando os pássaros falam...

É na hora do patrão!

 

São todos diferentes estes pássaros,

E tantos outros que já avoaram,

Mas aqueles que resistiram

No chat nunca mais se calaram!

 

Piu, piu, piu! Piu, piu, piu!

É todo o dia assim!

Feito de gentes com blogs com gente dentro,

Que carinhosamente o Sapo Blogs uniu!

 

 

Poesia escrita ao abrigo do Desafio dos Pássaros.

ano: 2019

Repost: Já chegamos? Já chegamos?

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Já chegamos? Já chegamos?

Mas o carro teima em acelerar.

Já chegamos? Já chegamos?

Mas o mundo teima em não abrandar.

Já chegamos? Já chegamos?

Mas o tempo teima em não parar.

 

Temos pressa de chegar.

Muita.

E queremos o relógio abrandar.

Tantas vezes.

E não percebemos, dizemos nós, o motivo,

De não darmos pelo tempo passar.

 

Já chegamos? Já chegamos?

Para. Deixa-me respirar.

Deixemos de ter pressa, de correr.

Aproveitemos cada brisa que nos acolhe,

Esqueçamos o tic-tac que nos persegue,

Aproveitemos o tempo para realmente viver!

 

Viver é aproveitar, é verdadeiramente estar,

É ouvir em volta, é verdadeiramente escutar,

É sentir cada cheiro, é saborear,

Viver é o contrário de apressar.

Já não queremos chegar. Não assim tão rápido.

 

 

Poesia escrita ao abrigo do Desafio dos Pássaros.

ano: 2019

Repost: Compotas compotas, cabelos à parte

Imagem retirada daqui

 

 

Constança queria uma máscara capilar,

Mas isso a Mula não lhe podia vender,

Então a Mula deu-lhe umas boas amostras

De compota, para o seu cabelo feliz ser.

 

Constança não queria a compota,

Mas mais a Mula não lhe podia dar,

Decidiu insistir nas amostras de compota,

Que iriam fazer o seu cabelo brilhar.

 

Que seus cabelos ruivos, cor de abóbora, vão agradecer!

Dizia tudo, a Mula, para vender!

Mas a Constança que não caía na cantiga,

Queria uma máscara, química, à moda antiga!

 

Olhe que a compota é boa!

Tem amêndoas para o cabelo esfoliar,

E mais a mais se não gostar...

Coma-a à colher prá fome saciar!

 

Em cantigas, aos poucos Constança caía,

Como acontecia com as que lhe cantava o homem,

E as embalagens até tinham uma imagem bonita...

Porque já se sabe... Os olhos também comem!

 

E assim Constança encheu a despensa,

De compotas que iria à colher comer,

Enquanto via à noite a novela,

Que até da máscara capilar lhe fazia esquecer!

 

E assim continuram secos, os cabelos.

Mas Constança com o estômago mais forrado,

Para depois se deitar junto do homem,

Que a esperava, como sempre, entusiasmado!

 

 

Poesia escrita ao abrigo do Desafio dos Pássaros.

ano: 2019

Repost: Das entranhas

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Podem encontrar a receita deste bolo aqui.

 

 

Enquanto o bolinho bom cresce no forno, 

Algo maravilhoso cresce dentro de mim, 

Será cansaço será gente?

Gente não é certamente, 

E o cansaço não bate assim.

 

É talvez a saudade, 

Mas há pouco, há poucochinho,

Nem uma saudade batia. 

Nem na quieta melancolia, 

Do vento que sopra lá fora.

 

Como cresce, assim, levemente,

Com tão tamanha vontade, 

Que mal se ouve, mal se sente?

Não é cansado, nem é gente,

Nem é saudade com certeza.

 

Percebi: Há muito não comia,

E das entranhas do meu ser, 

Uma vozinha susurra come, 

Comecei a salivar,

E então aí percebi: É fome! 

 

ano: 2019

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Ilustração de Sophie Griotto

Segue a Mula aqui

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